Número de ocorrências policiais cai 18,7% este ano

Nos quatro dias de folia, SSP contabilizou apenas 601 episódios que merecessem registro – a maioria, por furto de celular e uso ou porte de drogas

Estratégia de policiamento, o uso da tecnologia e o empenho das forças de segurança garantiram ao Distrito Federal um dos carnavais mais seguros do país. Nos quatro dias de folia, 601 ocorrências foram registradas nas delegacias de polícia – do tráfico e uso de drogas ao extravio de documentos; de lesão corporal a apreensão de armas brancas. O número é 18,7% menor que o do Carnaval do ano ado, com 739 registros. Nenhum crime grave relacionado às festividades foi registrado.

O furto de celular foi o ato mais recorrente, com 196 registros – número menor do que o registrado no mesmo período do ano ado. A segunda modalidade de crime com mais registros foi o uso e posse de drogas. No Carnaval do ano ado, foram 34 registros; este ano, 78. Não houve registro de estupro nos quatro dias de Carnaval de 2020.

Uma das novidades deste ano foi a instalação da Cidade da Segurança Pública, na área central de Brasília – local que concentrou a maior parte dos 203 blocos cadastrados no DF. Coordenada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP/DF), a cidade foi ponto-base das operações das forças e de outros órgãos do governo. As novas estratégias incluíram ainda o uso de drones da Polícia Militar e câmeras de reconhecimento facial da Polícia Civil.

Concentrar as ações, de acordo com o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, foi a principal engrenagem para prevenir a criminalidade no carnaval. “Adotamos estratégias operacionais que trouxeram resultado rápido, como as linhas de abordagem da PMDF, que foi incansável no trabalho próximo aos blocos”, diz ele. “Tivemos ainda o Detran e o Trans atuando juntos na fiscalização de trânsito. O registro de ocorrências e a emissão de laudos definitivos da PCDF também foram uma importante ferramenta para manter o policiamento no local dos eventos”, reforça Torres.

Torres destacou ainda o videomonitoramento feito pelo Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob), que funcionou por 24 horas no apoio às ações de segurança e de governo nos eventos de carnaval, e a atuação do Corpo de Bombeiros do DF, que realizou 74 atendimentos à população durante os quatro dias de carnaval. 

A Defesa Civil, por sua vez, fez 74 vistorias preventivas em instalações durante o período. “Todas as Forças imbuídas do mesmo propósito que foi de manter a paz e a tranquilidade do Carnaval das famílias do DF. E conseguimos”, declara Torres.

Uma das estratégias para prevenir eventuais crimes violentos no carnaval foi a utilização das linhas de revistas pessoais, pela PMDF. Quem chegava aos blocos vindo da Rodoviária de Brasília, por exemplo, encontrava pelo caminho linhas de policiais que revistavam foliões e mochilas em busca de objetos que poderiam ser utilizados como armas – como tesouras e garrafas de vidros.

A distribuição dos policiais militares nos locais dos eventos, geralmente em linhas, nas laterais dos blocos, permitiu outras abordagens e revistas e possibilitou a intervenção rápida em caso de confusões. Outro aspecto positivo da estratégia do policiamento foi a de tornar o policial mais visível, melhorando assim a sensação de segurança do público.

Terça de Carnaval
A Segurança Pública atuou em 26 eventos de Carnaval, cadastrados previamente, em todo o DF nesta terça-feira (25). A Polícia Militar utilizou 2,1 mil policiais e fez cerca de 3 mil revistas preventivas em todos as festas. Foram registradas 29 ocorrências, a maior parte por posse e uso de drogas. No Setor Comercial Sul, três pessoas foram detidas por porte de arma branca, por lesão corporal e por ato obsceno.

O Corpo de Bombeiros realizou 16 atendimentos de emergência nos diversos blocos de carnaval em que atuou. A corporação empregou 191 militares em 31 viaturas. No Setor Bancário Norte e Praça dos Prazeres, por exemplo, três pessoas receberam atendimento por uso excessivo de álcool. Na Praça Central do Setor Comercial Sul, sete foliões receberam e dos bombeiros, um por desmaio, dois por fraturas e quatro por alcoolemia. Cerca de 60 profissionais atuaram nos dois eventos.

Assédio e identificação infantil
A campanha Não Mexa ComigoSenão Eu Apito, realizada pela PCDF, alertou os foliões sobre condutas desrespeitosas em relação às mulheres durante o Carnaval. O objetivo da iniciativa, coordenada pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, foi prevenir a importunação sexual. Apitos e material informativo foram distribuídos à população. A ideia do apito é servir de alerta para eventuais importunações.

Em todo Carnaval, a PMDF realizou campanha de identificação infantil para garantir a segurança dos pequenos foliões durante a folia. A campanha começou com a emissão de carteirinhas de identificação que puderam ser emitidas e impressas pelo site da corporação. Além disso, a corporação realizou, em parceria com o Conselho Tutelar, Secretaria de Justiça e SSP/DF, a distribuição de mais de duzentas pulseiras de identificação infantil.

Informações do Site Agência Brasília