PT e PSDB seguem sem achar nome de consenso na disputa pelo Buriti

Duas das maiores legendas do DF tentam apaziguar as brigas internas e construir saída com nome de consenso nas militâncias

Duas das maiores legendas do Distrito Federal em número de filiados, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) ainda sofrem com disputas internas para decidir os nomes que encabeçarão a chapa majoritária local. Diferente de outras tradicionais agremiações, as quais já possuem os rumos das eleições de outubro mais claros, petistas e tucanos ainda tentam construir unidade interna.

As duas legendas am por dificuldades ao tentar encontrar uma solução com chances de vitória e, ao mesmo tempo, engajar a militância no período eleitoral. No PT, pelo menos três nomes tendem a disputar a concorrida cadeira de candidato oficial ao Palácio do Buriti. Já no PSDB, o atual presidente, deputado Izalci Lucas, sofre grande resistência no ninho para oficializar o próprio nome nessa corrida.

Entre os petistas, a deputada federal Erika Kokay – presidente regional da sigla – protela uma definição e usa o discurso de que “no momento certo o partido lançará o nome de consenso para unir a militância”. No entanto, as pressões não param de aumentar. Nesse domingo (11/3), um manifesto foi assinado por várias correntes do PT-DF pedindo a recolocação da diretora do Sindicato dos Professores, Rosilene Correa, no rol dos nomes “candidatáveis”. “O manifesto é legítimo e a professora Rosilene honra muito o PT e corresponde com as discussões que estão sendo feitas no partido”, amenizou Kokay.
Até então, apenas o sindicalista Afonso Magalhães confirmou a participação nas prévias. Uma corrente interna, contudo, defende a candidatura do ex-ministro Ricardo Berzoini ao GDF. Caso o manifesto desse domingo (11) tenha resultado prático, o número de possíveis concorrentes na eleição interna subirá para três.
Sobre a demora para sinalizar possíveis alianças e o afastamento de tradicionais aliados – o PSol e o PCdoB já começam a definir distanciamento do PT –, Erika Kokay minimiza os possíveis impactos, inclusive o isolamento do partido. “Estamos sempre abertos a construções. Só não vamos nos submeter a qualquer tipo de aliança apenas por conveniência eleitoral”, rebateu.
Tucanos não se bicam
O PSDB-DF também a por uma crise interna e, inclusive, de identidade política. Parte liderada pelo atual presidente regional do partido, Izalci Lucas, tenta se afastar totalmente do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Oficialmente, o partido é oposição ao governo, mas vários militantes da sigla ocupam cargos na atual gestão, como é o caso da ex-governadora Maria de Lourdes Abadia, nomeada secretária de Projetos Estratégicos do GDF.

“Foi o Alckmin que me pediu para apoiar o Rollemberg. Eu não bati na porta do Rodrigo. Foi uma construção da nacional do partido. Estou aqui com toda o respaldo do Geraldo, meu amigo pessoal”, garante a Abadia, após Izalci a enquadrá-la como traidora da sigla.

Izalci Lucas acusa Rollemberg de trabalhar para desconstruir a união do partido e dificultar a possível candidatura do tucano ao Palácio do Buriti. “Esse é o jogo dele [Rodrigo Rollemberg]. Fez isso com o PSDB, fez com o Pros e agora tem feito com o Partido Popular Socialista (PPS). Recentemente, o governador visitou o presidente nacional da sigla para analisar cenários eleitorais, mas negou ter pedido apoio da agremiação para a tentativa de se reeleger”, aponta.
Terça decisiva
Com forte resistência inclusive para permanecer no comando do ninho tucano, Izalci Lucas terá nesta terça-feira (13/3) a sinalização da Executiva Nacional da sigla sobre seu futuro: está nas mãos do presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, a decisão acerca do correligionário. Será o governador de São Paulo que escolherá se o partido deve seguir oficialmente com Rodrigo Rollemberg e deixar o caminho aberto a candidaturas próprias.
Fonte: Portal Metrópoles