Parte do processo educativo consiste em introduzir no pensamento do educando atitudes éticas, conhecimentos e competências. Uma instituição de ensino vai além da aplicação do conteúdo das disciplinas e, cada vez mais, o protagonismo juvenil é primordial no reforço do compromisso das escolas com a formação integral dos estudantes.

O protagonismo juvenil promove o acordo dos estudantes com o conteúdo e a prática pedagógica, agindo para desenvolver a autonomia, a capacidade de tomar decisões e a responsabilidade dos jovens. Ser protagonista é agir pelo bem comum, na escola, comunidade e na sociedade como um todo.

Idalisa Brasil é gestora do Colégio Estadual Dom Fernando I, que fica no bairro Jardim Dom Fernando, zona leste de Goiânia. O colégio, que atende estudantes do 9° ano do Ensino Fundamental a 3ª série do Ensino Médio, está entre os que promovem o protagonismo juvenil e desenvolvem um trabalho de direcionamento profissional junto aos seus estudantes.

“Nossa escola prima pela ideia de formar o aluno para o mundo do trabalho, para aqueles que não querem ainda cursar o ensino superior. Mas também trabalhamos a formação daqueles que pretendem fazer vestibular, Enem e ingressar em uma faculdade”, conta a gestora.

O Colégio Dom Fernando I traz para seus alunos, além das aulas regulares com realização das atividades obrigatórias, os plantões de dúvidas, aulas de reforço, a disponibilização do Portal NetEscola, além da realização de simulados para verificação de aprendizagem. Estas ações são voltadas ao preparo para processos seletivos de o ao nível superior.

Professor de matemática na unidade, Charlles de Morais Borges explica a importância das ações da instituição no o ao ensino superior. “Mesmo com as dificuldades naturais enfrentadas pelos alunos da escola pública, nosso colégio traz para seus alunos atividades complementares de ensino. Com este trabalho e o auxílio do programa de cotas para alunos da rede pública, nossos estudantes podem disputar vagas nas universidades”, afirma.

Resultados na prática

Formada com base nessa visão de educação, que considera o jovem como ativo dentro da comunidade escolar, a estudante Nathália Nabate Martins deixou as cadeiras do Dom Fernando I para frequentar as cadeiras do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. De acordo com ela, essa trajetória foi conquistada com o apoio de sua antiga escola.

“O meu curso de Direito começou na minha escola. Tenho muita gratidão por todos os professores e pela gestão da diretora Idalisa Brasil, que tem um espírito de liderança escolar que eu resumo em muito amor pelo o que ela faz” completa a estudante.

O encorajamento promovido pelos educadores também é crucial na formação do aluno, como aponta Nabate. “Na minha cabeça sempre vinham as palavras da minha coordenadora, que hoje já não está mais entre nós. ‘Tenha força de vontade, e tudo vai corroborar para o bem’. A saudosa Fabíola Agapito cumpriu a sua missão ao encorajar muitos alunos. Ela dizia que não importava como a gente ia começar, mas que devíamos fazer o vestibular”, relembra a ex-aluna.

Para o professor Charles Borges, a presença de alunos como Nathália, oriundos da escola pública, nas universidades é benéfica para toda a sociedade. “Na Educação, o ensino não se apresenta de forma cabal, ele é contínuo e perene. Aquilo que não foi aprendido antes pode ser aprendido hoje. O importante é oportunizar o aluno da rede pública pois, uma vez que lá está, ele se esforça, luta e consegue sua vitória, estando aí uma grande mudança social em sua vida e daqueles que estão à sua volta”, conclui.